Especial: Filmografia Audrey Hepburn

Seguindo o post sobre a biografia da linda da Hepburn, segue abaixo os principais trailers dos filmes de Audrey Hepburn. Para ver os trailers, clique em cima do nome do filme. Aproveitem!!!

FILMES ANTES DA FAMA

DUTCH IN SEVEN LESSONS | 1948DUTCH IN SEVEN LESSONS

Sinopse:
Dutch in Seven Lessons é um filme produzido na Holanda em 1948 . O filme é notável, uma vez que foi o primeiro filme em que Audrey Hepburn apareceu, ela tem um papel pequeno como uma comissária de bordo .Embora às vezes listados na filmografias Hepburn como um curta-metragem, de fato, o Internet Movie Database listas de seu tempo de execução como 79 minutos. O filme foi reduzido para 39 minutos para a liberação Inglês.

MONTE CARLO BABY | 195110880014_gal

Sinopse:
Quando uma epidemia de sarampo obriga o fechamento temporário de um centro de acolhimento de crianças, o filho de uma estrela de cinema é entregue a uma outra pessoa por engano.

LAUGHTER IN PARADISE | 1951LAUHTER IN PARADISE

Sinopse:
Um milionário morre, e deixa a sua fortuna para seus quatro herdeiros. Mas, para que eles possam usufruir do dinheiro, terão que executar, cada um, suas instruções.

ONE WILD OAT | 1951 (Filme completo no Youtube)

Sinopse:
Um advogado tenta separar sua filha de seu namorado Alfred Gilbey, e para isso ONE WILD OATrevela seu passado. O tiro sai pela culatra quando seu genro ameaça revelar o passado do advogado.

Curiosidades – De acordo com algumas fontes, o papel de Audrey originalmente era maior, mas os censores cortaram a maior parte das cenas.

THE LAVENDER HILL MOB | 1951OTHE LAVENDER HILL MOB

Sinopse:
Após roubar dinheiro do banco onde trabalhava, Henry Holland (Alan Guinness) foge para o Rio de Janeiro.

Curiosidades – Audrey Hepburn foi considerada para um papel maior, mas não tinha muito tempo disponível. Ficou com uma participação apenas.

YOUNG WIVE’S TALE | 1951YOUNG WIVE'S TALE

Sinopse:
A crise habitacional no pós guerra faz com que uma jovem e tímida mulher tenha que dividir a casa com dois casais. Situações cômicas surgem quando a hóspede se apaixona por um dos maridos.

THE SECRET PEOPLE | 1952

Sinopse: THE SECRET PEOPLE
Em 1930, Mary e sua irmã Nora Brentano (Audrey Hepburn) fogem para Londres, após seu pai ser assassinado por um ditador. Sete anos depois, durante uma viagem de fim de semana para Paris, Mary encontra Louis, seu ex-amante que agora planeja o assassinato do ditador. Ela e sua irmã se envolvem na trama, mas o plano dá errado quando uma bomba relógio explode acidentalmente, matando um inocente.

FILMOGRAFIA E FAMA MUNDIAL

ROMAN HOLIDAY (A PRINCESA E O PLEBEU) | 1953ROMAN HOLIDAY

Sinopse:
Ao visitar Roma, Ann (Audrey Hepburn), uma princesa, resolve “passear” anonimamente e se envolve com Joe Bradley (Gregory Peck), um repórter que, ao reconhecê-la, tem a oportunidade de um “furo”,posteriormente, se apaixona pela jovem e resolve preservá-la.

SABRINA | 1954

Sinopse:images
Dois irmãos pertencentes a uma poderosa família, Linus (Humphrey Bogart) empresário incansável e David (William Holden) um playboy incorrigível, apaixonam-se por Sabrina (Audrey Hepburn), a filha do motorista da família Larrabee, quando ela retorna à mansão dos Larrabee, após passar dois anos em Paris.
A moça sempre fora apaixonada pelo playboy, mas se eles casarem, uma poderosa fusão ficaria prejudicada. Assim, o irmão empresário decide intervir e também acaba se apaixonando por ela.

WAR AND PEACE | 1956WAR AND PEACE

Sinopse:
Durante a invasão do exército de Napoleão à Rússia, a doce Natasha (Audrey Hepburn) se apaixona pelo conde Pierre Bezukhov (Henry Fonda), mas este se vê à mercê de um casamento de obrigações com a voluptuosa Helene (Anita Ekberg). Voltando do front, Andrei (Mel Ferrer), amigo de Pierre, recupera a alegria de viver ao se apaixonar por Natasha. Baseado no clássico romance homônimo de Leon Tolstoy.

FUNNY FACE (CINDERELA EM PARIS) | 1957FUNNY FACE

Um famoso fotógrafo de modas, Dick Avery (Fred Astaire), trabalha para a Quality Magazine, uma conceituada revista feminina. Dick cumpre as determinações da editora da revista, Maggie Prescott (Kay Thompson), que não está satisfeita com os últimos resultados e tenta encontrar um “novo rosto”. Dick o acha em Jo Stockton (Audrey Hepburn), uma balconista de uma livraria no Greenwich Village onde um ensaio fotográfico ocorrera recentemente. Após certa resistência, Maggie aceita Jo como a modelo que irá à Paris para fotografar e ser o símbolo da Quality. Jo só concorda pois lá poderá conhecer Emile Flostre (Michel Auclair), um intelectual cujas idéias ela idolatra. Entretanto, ao chegarem em Paris as coisas não correm como o planejado.

FLOVE IN THE AFTERNOON | 1957FLOVE IN THE AFTERNOON

Sinopse:
Ariane (Audrey Hepburn) é a jovem e bela filha de um detetive particular (Maurice Chevalier) que investiga casos de adultério. Durante uma das investigações de seu pai, ela se apaixona por um “casanova”. Para conquistá-lo, Ariane se faz passar por uma mulher experiente, responsável por várias conquistas e que só pode marcar encontros amorosos no período da tarde.

GREEN MANSIONS | 1959GREEN MANSIONS

Sinopse:
Green Mansions (no Brasil, A flor que não morreu) é um um filme norte-americano de 1959, dos gêneros romance e aventura dirigido por Mel Ferrer. Baseado no romance de 1904 Green Mansions de William Henry Hudson, o filme é estrelado por Audrey Hepburn (que na época era casada com Ferrrer) como Rima, uma menina da selva que se apaixona por um viajante, interpretado por Anthony Perkins. Também aparecem no filme Lee J. Cobb, Sessue Hayakawa e Henry Silva. A trilha sonora é de Heitor Villa-Lobos e Bronislaw Kaper.

THE NUN’S STORY | 1959THE NUN'S STORY

Sinopse:
O filme se inicia em 1930, quando a jovem Gabrielle, filha de um famoso cirurgião, entra para o convento de Bruges na Bélgica. Ela quer trabalhar como freira-enfermeira no Congo Belga, mas a dificuldade em aceitar a rígida rotina da vida religiosa a leva a ter esse desejo atendido adiado, tendo que passar antes por três anos na enfermagem em um hospital psiquiátrico. Finalmente, consegue ir para a África onde vai trabalhar com o competente Doutor Fortunati.

THE UNFORGIVEN | 1960THE UNFORGIVEN

Sinopse:
Rachel Zachary (Audrey Hepburn) mora com sua mãe e irmãos adotivos num rancho no Texas. Vivem preocupados com os ataques dos índios kiowa, que mataram o pai da família. Além disso, um caçador desequilibrado que aparece e ronda a região, espalha o boato de que Rachel era uma criança índia que foi acolhida pelo falecido Zachary. Ao saberem disso, os índios querem que ela volte para a tribo e a negativa da família os coloca em pé-de-guerra contra eles. Os índios cercam o rancho e a família tem que se defender sozinha, pois os outros brancos são contra a presença de Rachel na comunidade.

Um dos irmãos Zachary que fugira de casa ao saber que sua irmã podia ter sangue indígena, volta para ajudar a combater os índios, quando o conflito é deflagrado.

BREAKFAST AT TIFFANY’S (BONEQUINHA DE LUXO) | 1961BREAKFAST AT TIFFANY'S

Sinopse:
Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de programa nova-iorquina que está decidida a casar-se com um milionário. Perdida entre a inocência, ambição e futilidade, ela toma seus cafés da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany`s, na intenção de fugir dos problemas. Seus planos mudam quando conhece Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor bancado pela amante que se torna seu vizinho, com quem se envolve. Apesar do interesse em Paul, Holly reluta em se entregar a um amor que contraria seus objetivos de tornar-se rica.

THE CHILDREN’S HOUR | 1961THE CHILDREN'S HOUR

Sinopse:
Escola particular somente para garotas sofre um encândalo quando uma jovem maldosa e vingativa, Mary Tilford, acusa duas outras colegas de manter relacionamento homossexual. O próprio William Wyler assina essa refilmagem da produção dirigida por ele em 1936.

CHARADE | 1963CHARADE

Sinopse:
O marido de Regina (Audrey Hepburn) é misteriosamente assassinado durante uma viagem de trem, e seu dinheiro some sem nenhuma pista. Um grupo de soldados da Segunda Guerra, que atuou com o homem morto, está atrás dela por assumirem que ela de fato sabe onde está o dinheiro. Enquanto isso, Regina é ajudada por Peter (Cary Grant), que pode ou não também ter interesses financeiros em relação a ela.

PARIS WHEN IT SIZZLES | 1964PARIS WHEN IT SIZZLES

Sinopse:
Richard Benson é um escritor criativo, mas sem muita disposição para o trabalho, que prefere ficar bebendo e se divertindo em vez de escrever o roteiro contratado por Alexander Meyerheim, um produtor de Hollywood, que gostara do título da história prometida por ele: “A Moça que Roubou a Torre Eiffel. Como precisa entregar o trabalho, Richard contrata Gabrielle Simpson, uma secretária temporária, para que ela o ajude a realizá-lo.

MY FAIR LADY | 1964MY FAIR LADY

Sinopse:
My Fair Lady conta a história de Eliza Doolittle, uma mendiga que vende flores pelas ruas escuras de Londres em busca de uns trocados. Em uma dessas rotineiras noites, Eliza conhece um culto professor de fonética Henry Higgins e sua incrível capacidade de descobrir muito sobre as pessoas apenas através de seus sotaques. Quando ouve o horrível sotaque de Eliza, aposta com o amigo Hugh Pickering, que é capaz de transformar uma simples vendedora de flores numa dama da alta sociedade, num espaço de seis meses.

HOW TO STEAL A MILLION | 1966HOW TO STEAL A MILLION

Sinopse:
Nicole Bonnet (Audrey Hepburn) é a filha de um falsificador de obras de arte que pede a ajuda de Simon Dermott (Peter O’Toole), um desconhecido que recentemente invadiu sua casa, para roubar uma estátua. O pedido é feito porque seu pai, Charles Bonnet (Hugh Griffith), emprestou para um museu a estátua e sem ler um documento, autorizou exames que provem a autenticidade da obra. Quando os testes forem feitos ficará claro que a obra é falsa, assim todos os quadros que Charles vendeu serão testados de todas as formas e será comprovado que ele é um falsificador. Mas Nicole nem imagina quem a está ajudando em um roubo quase impossível de ser realizado.

TWO FOR THE ROAD | 1967TWO FOR THE ROAD

Sinopse:
Zack e Cody recebem a oportunidade de participar do prestigiado Projeto Gemini, um centro de pesquisa que estuda o dinamismo entre gêmeos. Quando eles se dão por conta, percebem estar conectados de uma forma nunca antes vista: quando um sente qualquer sensação, ou pensa em algo, o outro passará pelo mesmo. Ao mesmo tempo que este novo poder ajuda os meninos a se auto-descobrirem, ele também os coloca em um grande perigo.

WAIT UNTIL DARK | 1967WAIT UNTIL DARK

Sinopse:
Uma mulher que ficou cega recentemente é aterrorizada por um trio de bandidos quando estes procuram por drogas dentro de uma boneca que acreditam estar no apartamento dela.

ROBIN AND MARIAN | 1976ROBIN AND MARIAN

Sinopse:
Robin (Sean Connery) ficou conhecido por sua luta em defesa dos pobres. Após a morte do rei Richard (Richard Harris), morto por acidente, um novo rei assume: John (Ian Holm), o louco. Ele ordena que a população seja retirada de suas terras, atiçando a ira de Robin, que irá novamente defende-la. Antes, Robin retira Marian (Audrey Hepburn) do convento onde ela estivera oculta durante vários anos, e a paixão entre os dois recomeça. Começa o combate final.

Curiosidades – Primeiro filme de Audrey após nove anos afastada das telas.

BLOODLINE | 1979BLOODLINE

Sinopse:
Após seu pai ser assassinado, sua filha Elizabeth (Audrey Hepburn) assume o controle da empresa e enquanto viaja. A suspeita recai sobre seus primos, que querem vender a empresae ter enorme lucro.

Curiosidades – Baseado no romance “A Herdeira”, de Sidney Sheldon.

THEY ALL LAUGHED | 1981gazzara-hepburn-they-all-laughed

Sinopse:
Um detetive particular é incumbido de investigar uma mulher suspeita de infidelidade, mas acaba envolvido com ela.

ALWAYS | 1989ALWAYS

Sinopse:
Após morrer durante seu trabalho como aviador, Peter Sandich (Richard Dreyfuss) vai parar no paraíso e conhece um anjo (Audrey Hepburn). Ela o incentiva a retornar e ajudar a mulher que ama a recomeçar a vida.
Curiosidades – Última participação de Audrey Hepburn em filmes.

 

Créditos: http://audreyhepburn-official.blogspot.com.br/p/filmografia.html

Otávio Luis, 04 de maio de 2014.

Audrey Hepburn: A lenda feminina do cinema – (Uma pequena biografia)

Imagem

 

Já declarei tantas vezes meu amor incondicional por Lady Hepburn. Atriz carismática, linda, romântica e engraçada, encantou o mundo do cinema com suas atuações.

Nascida como Audrey Kathleen Ruston, em 04 de maio de 1929 em Bruxelas na Bélgica, Audrey completaria 85 anos hoje. Radicada na Inglaterra e Países Baixos, foi eleita a atriz de Hollywood mais bonita da história. Além de atriz, era modelo, dançarina e humanista. Foi a quinta artista, e a terceira mulher, a conseguir ganhar as quatro principais premiações do entretenimento norte-americano, o EGOT – acrônimo de Emmy, Grammy, Oscar e Tony. Em fevereiro de 1960, ganhou uma estrela na Calçada da fama de Hollywood, em homenagem a sua dedicação e contribuição ao cinema mundial. Audrey-with-Oscar

É difícil acreditar como uma grande lenda do cinema romântico tivesse uma vida cheia de carências afetivas.

Era a única filha de Joseph Anthony Ruston, banqueiro britânico irlândes, e Ella van Heemstra, baronesa holandesa descendente de reis ingleses e franceses. Seu pai anexou o nome Hepburn ao de sua família e, assim, Audrey passou a se chamar Audrey Hepburn Ruston.

Tinha dois meio-irmãos chamado Alexander e Ian Quarles van Ufford, fruto do primeiro casamento de sua mãe com um nobre holândes.

Os pais de Audrey se divorciaram quando ela tinha 9 anos e para mantê-la afastada das brigas familiares, sua mãe enviou-a para a Inglaterra, onde ela se apaixonou pela dança, aprendendo balé.

Porém, em 1939, estouraria a 2ª Guerra Mundial e a Inglaterra declararia guerra á Alemanha. Sua mãe, preocupada, decide levá-la para a Holanda, país neutro que, ela imaginava, não seria invadida pelos alemães. Audrey queria permanecer na Inglaterra, mais apesar dos protestos sua mãe temia que Londres fosse bombardeada. Além disso, as viagens estavam escassas e a baronesa temia ficar sem ver a filha.

A situação na Holanda não foi bem diferente a planejada. Com a invasão alemã, todos sofreram muitas privações e Audrey, algumas vezes, teve que comer folhas de tulipa para sobreviver. Muitos de seus parentes, envolvidos com a Resistência, seriam mortos na sua frente.Ela participaria de espetáculos clandestinos de balé para angariar fundos e levaria mensagens secretas em suas sapatilhas. Anos mais tarde seria convidada para representar o papel de Anne Frank no cinema, onde recusaria.
Com o fim da Guerra, Audrey e sua mãe mudariam-se para a Inglaterra, onde Audrey ingressou na prestigiada escola de dança Marie Lambert. Porém uma de suas professoras, seria categórica ao afirmar que ela era alta demais e não tinha talento suficiente para tornar-se uma bailarina prima. Desiludida, passou a trabalhar como corista e modelo fotográfica para garantir o sustento da família e diante disso, decidiu investir em outra área: a atuação. Sua estreia foi no documentário Dutch in Seven Lessons, seguido por uma série de pequenos filmes.

479952_440110059406646_363870714_nEm 1952, viajou para a França para a gravação de Montercarlo Baby, e foi vista no saguão do hotel em que estava hospedada com o elenco pela escritora Collette. Naquele momento, Collette trabalhava com a montagem para a Broadway da peça Gigi, cujo papel-título ainda não tinha intérprete. Encantada com Audrey, decidiu que ela seria a sua Gigi. As críticas para Gigi não foram todas favoráveis, mas era a opinião geral que aquela desconhecida, que interpretava o papel principal, era destinada ao sucesso.

Pouco tempo após o encontro com Collette, Audrey participou de uma audição para o filme “A Princesa” e “O Plebeu”.
Encantado com a atriz, o diretor William Wyler escalou-a para viver a Princesa Ann, dividindo a cena com Gregory Peck, que também surpreendeu-se com o talento da companheira. O sucesso da produção foi também o de Audrey e Hollywood amou-a imediatamente e a agraciou com o Oscar de Melhor Atriz. Três dias após a cerimônia do Oscar, recebeu o Tony por sua atuação em “Ondine”.

A esquerda, Audrey em "Ondine", e a direita cena de "A Princesa e o Plebeu".

A esquerda, Audrey em “Ondine”, e a direita cena de “A Princesa e o Plebeu”.

A peça fora uma sugestão de Mel Ferrer, por quem se apaixonaria durante a temporada na Broadway. Os dois foram apresentados por Gregory Peck em uma festa em 1954 e se casaram em setembro daquele ano. Audrey também faria Sabrina, que rendeu-lhe a segunda indicação ao Oscar. O filho de Audrey e Mel, Sean, nasceria em 1960. Mas as coisas não foram fáceis até aquele momento, Audrey sofreu diversos abortos.

Audrey Hepburn e Mel Ferrer (26 de setembro de 1954).

Audrey Hepburn e Mel Ferrer (26 de setembro de 1954).

A atriz queria mais do que tudo ser mãe, e as gravidezes falhadas deixaram-na extremamente deprimida. Para animar a esposa, Mel sugeria que ela trabalhasse. Eles gravaram juntos “Guerra e Paz”, e ela estrelaria três comédias-românticas (Cinderela em Paris, Amor na Tarde e A Flor que não morreu), um drama (Uma cruz a beira do abismo, que rendeu-lhe a terceira indicação ao Oscar e afastou qualquer dúvida sobre seu talento) e um faroeste (O passado não perdoa).
Após um ano e meio de licença-maternidade, voltou a Hollywood para estrelar “Bonequinha de Luxo”, em um papel que a transformaria em um ícone e pelo qual seria lembrada para sempre. Por viver a prostituta de luxo Holly Golightly ela receberia sua quarta indicação ao Oscar.

Pouco tempo depois filmou Infâmia, Charada e Quando Paris Alucina. Em 1963, recebeu o papel principal do musical “My Fair Lady”, o da vendedora de flores Eliza Doolittle. Entretanto, a voz de Audrey não foi utilizada durante as canções, sendo dublada. Isso deixou a atriz extremamente aborrecida e fez com que abandonasse as gravações por um dia. Audrey não foi indicada ao Oscar por esse papel – fato que até hoje é considerado uma injustiça – devido à dublagem e também pela não-escolha de Julie Andrews (que interpretara Eliza na Broadway) para o papel. Andrews ganharia o Oscar daquele ano por seu papel em “Mary Poppins”.

Cena de "Bonequinha de Luxo".

Cena de “Bonequinha de Luxo”.

Em seguida gravaria “Como roubar um milhão de dólares”, “Um caminho a dois” e “Um clarão nas trevas”, este último dirigido por seu esposo em uma falha tentativa de salvar seu casamento. Em pouco tempo, Ferrer foi tomado de ciúmes pelo sucesso de sua esposa e o divórcio chegaria em 1968, pouco após seu último êxito, “Um Clarão nas Trevas”, produzido por Ferrer.

“Não posso explicar a desilusão que senti. Sabia que era difícil estar casado com uma estrela mundial. Mel sofreu muito. Mas, acredite, eu pus minha carreira em segundo lugar”, disse a atriz na época.

Ela, então, decidiu parar de atuar e se casaria novamente apenas seis semanas após o divórcio, com o psiquiatra italiano Andrea Dotti, que conheceu em um iate.

Audrey deu à luz o seu segundo filho, Luca Dotti, em 1970. O casal morou por um ano em Roma, para em seguida a atriz ir viver na Suíça com os dois filhos. Decidiria voltar a atuar em 1976, estrelando “Robin e Marian”. Três anos mais tarde retornaria à cena em “A herdeira”.

Pediu o divórcio em 1980 e o processo se formalizou em 1982. Neste período, gravou “Muito riso e muito alegria”, e no fim das filmagens conheceu Robert Wolders. Tornaram-se grandes amigos e viveram juntos até a morte de Audrey.

Em 1987 deu início ao seu mais importante trabalho: o de” Embaixatriz da UNICEF”.
Audrey, tendo sido vítima da guerra, sentiu-se em débito com a organização, pois foi o “United Nations Relief and Rehabitation Administration” (que deu origem à UNICEF) que chegou com comida e suprimentos após o término da Segunda Guerra Mundial, salvando sua vida. Ela passaria o ano de 1988 viajando, viagens estas que foram facilitadas por seu domínio de línguas (Audrey falava fluentemente francês, italiano, inglês, neerlandês e espanhol).

Audrey brinca com um grupo de crianças em Bangadlesh, 18 á 24 de outubro de 1989.

Audrey brinca com um grupo de crianças em Bangadlesh, 18 á 24 de outubro de 1989.

“Tive momentos muito difíceis em minha vida. Mas fossem quais fossem, os superei e sempre encontrei uma recompensa no final”, comentou a atriz.

Em 1989 faria uma participação especial como um anjo em “Além da eternidade”, onde este seria seu último filme. Audrey passaria seus últimos anos em incansáveis missões pela Unicef, visitando países, dando palestras e promovendo concertos com causas.

Em 1993 foi diagnosticada com câncer de apêndice, que espalhou-se para o cólon. No ano de 2000 foi lançado o filme “The Audrey Hepburn Story”, uma homenagem a Audrey que gerou críticas da mídia e de fãs, devido à escolha de Jennifer Love Hewitt para o papel principal.

Audrey Hepburn morreu às 19:00 horas do dia 20/01/1993 com 63 anos de idade, na cidade de Tolochenaz, Suiça, devido à complicações geradas por câncer de apêndice.

O Fashion Quote, por ser um blog de história da moda, faz essa homenagem a essa atriz tão fenomenal, que fez parte da história da moda dos anos 1950 em diante, e indica seus trabalhos a seus leitores. Assistam e se encantem com seu trabalho. Acima, no próximo post, você confere o trailer dos principais filmes de Audrey.

Espero que tenham gostado. Até a próxima.

Otávio Luis, 04 de maio de 2014.

Sorelle Fontana, o “made in Italy”

Traversetolo (Parma) - Giovanna (1915-2004), Micol (1913 – vivente), Zoe (1911-1978)

Traversetolo (Parma) – Giovanna (1915-2004), Micol (1913 – vivente), Zoe (1911-1978)

Hoje decidimos falar sobre três senhoras italianas, as irmãs “Fontana” Zoe, Giovanna e Micol.
Micol Fontana, última das três irmãs ainda viva, garante: “Nós inventamos o made in italy”.

A história conta que Zoe, a irmã mais velha, fez as malas aos 20 anos e decidiu sair de Traversetolo, em Parma na Itália, para tentar a vida em uma cidade grande. Pegou um trem ao acaso, deixando que a sorte guiasse seu caminho.

“Em Milão, se fazia dinheiro; em Roma poesia”, relembra Micol.

O trem e que Zoe embarcou, levava à Roma, cidade não somente da poesia, mas da aristocracia italiana.
Antés, porém, de tudo começar, Zoe, Micol e Giovanna circularam pelos melhores ateliês de Milão e Paris, durantes 30 anos. Nesse período, elas estudaram e trabalharam entre as sartorias de Nicola Zecca, Aurora Battilochi e a prestigiosa maison de Coco Chanel, um bom começo para quem não tinha outra opção, na cidade natal.

Somente em 1943 que as Fontana se encontraram em Roma para montar um ateliê, que posteriormente vestiram princesas e estrelas de Holywood. Não somente o mundo estava em guerra, a 2ª guerra mundial, mas a guerra partia dali mesmo, com Benito Mussolini aliado à Alemanha nazista de Hitler. As três irmãs costumavam trocar barras de calça por comida, e a pouca comida por tecido, no mercado negro, para continuar costurando. Ou faziam isso, ou procuravam tecido numa loja de lustres, onde o proprietário armazenava toda a sorte de mercadoria, devido à escassez da guerra.

“Enfrentamos duas guerras, tendo meu pai como militar, durante a primeira. Minha mãe esperava que os uniformes de papai ficassem velhos, para depois cortar e costurar roupas para nós.”

Em 1935, Mussolini criou um conselho de moda para garantir um vestuário 100% nacional, restringindo a moda que chegava da França e da Inglaterra. As revistas femininas foram proibidas de publicar fotos de modelos magras, já que o ideal fascista era o de uma mulher “saudável e capaz de gerar filhos”. Após “constatar cientificamente” que o esporte fazia mal ao corpo da mulher, o médico e senador fascista Nicola Pende estabeleceu que as medidas justas para as manequins de moda deveriam ser entre 1,56 m e 1,60 m de altura, para 55 kg e 60 kg de peso (compara-se a Gisele Bundchen de 1,79m e 54 kg).

As casas de moda recebiam frequentes visitas da polícia para garantir que a matéria-prima e os desenhos utilizados fossem italianos. Caso contrário, as multas eram altas. Apesar das pressões do regime, os criados preferiam comprar figurinos em Paris e imitar os franceses Jean Patou e Chanel. Nas sartorias, os desenhos eram mantidos bem escondidos do controle policial. O regime chegou ao cúmulo de organizar um dicionário italiano para a moda, em que os estrangeirismos foram substituídos por termos italianizados. Assim, nada de “tailleur”, “smoking” ou “ziper”, modificados para “completo a giarca, “giacchetta da sera” e “cerniera a lampo”, respectivamente.

Mas quando o facismo mergulhou o país e na fome, foi o talento que prevaleceu, e não o regime. A falta de matéria-prima levou Salvatore Ferragamo, por exemplo, a improvisar materiais, criando sapatos de crochê, de celofane, tamancos de cortiça para Carmem Miranda e centenas de modelos para atrizes como Greta Garbo e Marilyn Monroe.

Conta Micol:

“Nossa primeira relações púbicas foi a zeladora do prédio onde, no começo, dividíamos um cômodo mobiliado. Ela fazia a propaganda na vizinhança, dizia que éramos boas moças e que costurávamos bem”

Com o fim da guerra, a primeira cliente importante foi Gioia Marconi, filha do inventor do rádio, com o pedido de um vestido de noive. Satisfeitíssima, Gioia ajudou a atrair as princesas das famílias Colonna, Torlonia, Borghese e da casa Savóia, da monarquia recém-destronada. Mas a verdadeira garota-propaganda da casa Fontana, foi a atriz americana Linda Christian.

Em 1949, seu vestido de noive para o casamento com o galã Tyrone Power provocou a corrida dos paparazzi a seu casamento, em Roma, e das estrelas de Holywood, de filhas de chefes de Estado e princesas árabes ao ateliê das irmãs.

audrey_hepburn_sposa

Audrey Hepburn prova seu vestido de noiva, a qual nem chegou a usar. Doou o vestido para que uma moça sem recursos pudesse usar. Micol Fontana decidiu então fazer um concurso para doar o vestido.

Ainda hoje encontramos Micol Fontana com seus 97 anos, no endereço Via Sebastianello, 6, na charmosa Piazza di Spagna, Roma.

No primeiro andar desse endereço, onde funcionou a sartoria das irmãs Fontana, é como voltar aos anos dourados das divas de cinema e do jet set internacional. O local é repleto com modelos feitos para Audrey Hepburn, Ava Gardner e Elisabeth Taylor, citando apenas algumas das personalidades que vestiram as criações da mais antiga casa de moda de Roma.

Hoje, no local, funciona a “Fundazione Micol Fontana”, que nasceu em 1994 para cuidar do patrimônio histórico e cultural das irmãs Zoe, Giovanna e Micol. A entidade mantém 300 modelos, mais de 2 mil figurinos, jornais, fotografias e acessórios, além de realizar seminários para estudantes e interessados em moda. Uma volta pelo antigo ateliê faz o visitante caminhar entre modelos usados por Anita Ekberg, Grace de Mônaco e Audrey Hepburn – e lá estão vestidos, fotos e figurinos para comprovar. Uma coleção de bonecas mostra os famosos vestidos em miniatura.

Vestidos expostos na Fundazionne.

Vestidos expostos na Fundazionne.

Micol considera:

“Não gosto que me chamem de estilista, não entendo o que esse termo quer dizer. Prefiro ser chamada de costureira, como três gerações antes de mim. Nas veias de nossa família não corre sangue, correm alfinetes”, brinca.

Ainda comenta sobre a elegância dos italianos na hora de se vestir:

“Está no nosso sangue, como a música está no sangue dos brasileiros. É natural, quando se vive circundado de obras de arte, pela luz de Florença e peloas cores de Roma. Nascemos sob a estrela do belo”.

A fama das Fontana recebeu a devida atenção da tevê estatal Rai, que fez uma minissérie sobre Micol e suas irmãs. A minissérie é exibida pelo canal fechado brasileiro GNT.

Micol Fontana, com seus 97 anos, em seu ateliê.

Micol Fontana, com seus 97 anos, em seu ateliê.

Micol Fontana ainda foi questionada se tinha algum conselho a deixar para os jovens criadores brasileiros:

“Sim, estudar a cultura da moda, como nos seminários que temos aqui na Fondazione. Nosso estilo é feito de elegância, classe e rigor no acabamento. Seria interessante juntar essa técnica à criatividade e às tradições brasileiras. Acredito nas pequenas cooperativas, onde costurar artesanalmente pode ser tanto arte como fonte de renda”.

Abaixo segue uma pequena amostra de vestidos famosos da Maison das Fontana.

This slideshow requires JavaScript.

Otávio Luis, 20 de outubro de 2013.

Anna Karenina e uma passagem pela Moda

240px-AnnaKareninaTitle

Cópia original da obra.

“Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes são cada uma à sua maneira.”

Esse começo tão reconhecido na literatura mundial proveniente da obra de Liev Tolstói, Anna Karenina, que foi publicado em 1873 e 1877 na Rússia.

O livro gira em torno do caso extra-conjugal de Anna, num tempo da aristocracia da Rússia Czarista onde no decorrer da obra são debatidos temas a respeito das melhores maneiras de gerir suas propriedades de terra e como tratar dos camponeses, chamados até então de mujiques (denominação que indicava o grau de pobreza; na maioria eram servos antes das reformas agrícolas de 1861).

Na trama Anna, apesar de ter tudo, como beleza, riqueza, popularidade e um filho amado, ainda sente-se vazia até encontrar o impetuoso oficial Conde Vronski.

Passagem: Acontecimentos e Modo de vestir do Século XIX – Considerações

A trama passa-se no final do século 19, século onde ocorreu a Revolução Industrial. Ouve uma mudança grande no mundo e na sociedade onde se estabelece papéis na sociedade em grande ritmo e o consumo se estabelece nas lojas, o que era diferente até então onde as roupas eram encomendadas e confeccionadas exclusivamente.

Os vestidos neste século ganham volumes e enfeites. O volume nos séculos passados e até então, eram conseguidos com vários tecidos abaixo da saia. Agora surge uma peça que seria obrigatória no vestiário chamada “CRINOLINA” (imagem da peça usada no filme abaixo). Uma peça de sustentação e que formava o volume na saia.

280113-anna-karenina-figurino-01

Crinolina para o filme

combo_keira_ego_2

Cenas do filme

Os vestidos também deviam ser diferentes em ocasiões diferentes. Em eventos e festas particulares, os vestidos eram decotados em formato canoa e os ombros de fora. Nas ruas havia mais respeito e eles deveriam ser recatas, fechadas, bem rodados e com cintura marcada onde haveria um realce a feminilidade.

O filme é praticamente fiel ao contexto histórico com apenas algumas modificações no figurino como os vestidos de rua terem um decote em “V”.

No final do século a crinolina vai mudando de forma, ficando menos volumosa até chegar a ser uma “ANQUINHA(imagem ilustrativa abaixo) que nada mais era que uma evolução da crinolina formando apenas volume nos quadris e na parte de trás do vestido. O filme passa por essa fase rapidamente quase ao fim do filme.

Exemplo de como era a Anquinha e vestido com Anquinha.

Exemplo de como era a Anquinha e vestido com Anquinha.

Já os homens deviam usar fraques e cartolas obrigatórias (o fraque seria substituído pelos ternos depois). Tem-se uma preocupação com a aparência. O filme os retrata como elegantes e usando roupas militares, culturas da Rússia.

Aaron Johnson de militar e Jude Law de cartola.

Aaron Johnson de militar e Jude Law de cartola.

Figurino e Figurinista

A reportagem de Nathália Florencio, no site da revista Cláudia, comenta sobre as inspirações da figurista.

“[…]Embora a história de traição da jovem russa se passe no final do século XIX, a figurinista Jacqueline Durran teve como fonte de inspiração a moda dos anos 50, para dar um ar mais contemporâneo à personagem.  Pinturas da década de 1870 e peças da Dior, Balenciaga, Lanvin e Jacques Fath também serviram de referência para a criação do figurino, repleto de vestidos com corpetes e decotes assimétricos, além de saias compridas e volumosas. Joias Chanel também foram usadas para evidenciar o ambiente luxuoso em que Anna Karenina (Keira Knightley) vivia. Destaque para as pérolas, que aparecem em diferentes composições durante todo o filme.”

Keira Knightley tem a elegância e o charme que se precisa pra filmes de época. Não é o primeiro e nem o segundo filme de Keira, ela tem um vasto currículo para esse tipo de filme. Resgatar histórias antigas não é um negócio fácil, exige-se muito estudo e pesquisas. Não posso dizer que Keira procure pesquisar sobre seus personagens, mais posso dizer que ela encarna suas personagens com seu ar delicado.

Talvez o escritor, Liev Tolstói, tenha escrito seu livro para que caísse em mãos de mulheres desta sociedade, reforçando as ideias daquele tempo. Talvez reforçasse o que poderia acontecer a elas se tentassem serem livres, por assim dizendo. Por tentarem viver um romance fora do casamento, que pudesse dar certo ou não.

Confesso que sou apaixonado por essas histórias. Vale a pena ver o filme, ganhador de 1 Oscar de Melhor Figurino. É lindo de ser. Espero que tenham gostado!!! 😉

Otávio Luis, 04 de março de 2013

Anos 1970 – Androginia e Glam Rock

O conceito de androginia diz  a mistura de elementos masculinos e femininos em uma pessoa, que se definem por sentimentos variáveis e traços de comportamentos e físicos que possam ser masculinos e femininos, ou seja, a combinação visual entre masculino e feminino.

Em livros de História da Moda encontramos citações de androginia como os smokins de Yves Sant Lauren e a marca japonesa Comme des Garçons (“Como garotos” em francês). As mulheres se apropriam de elementos da moda masculina. Atrizes como Katherine Hepburn e Marlene Dietrich são responsáveis por difundirem esse estilo.

Katherine em sua androginia leve, gostava de calças amplas e outros elementos com suéteres ajustados e blusa, que se tornaram femininos e popularmente difundidos para o guarda roupa feminino na década de 1970. Outros fatores foram as mulheres ocupando cargos anteriormente masculinos e diante disso, nasceram roupas com corte masculino e visual unissex.Katharine e Marlene

Em contrapartida e com a decadência do Movimento Hippie, surge um novo elemento visual dentro da música pop, o

glam rockGlam Rock, a mistura de elementos hippies e muito glamour, chamada geração glitter. Pela primeira vez o mundo ouve o termo “ambiguidade sexual”. Popularizaram os sapatos plataformas, as calças boca de sino, meias de lúrex, do poliéster. A moda passa a sair das ruas para as fábricas e maisons, o que era ao contrário anteriormente. A moda agora é jovem, substituindo o “chiq” por “kitsch, punk e retrô”. A juventude não sabia que rumo tomar, mas só sabia que não queria seguir padrões. A moda seguiu o hippie.

Junto com essa modernidade, sobreviveram, em pleno auge, bandas de hard rock, como Led Zeppelin e Black Sabath. O rock pesado vivia seu grande momento e por um lado a androginia os influenciava.

Nesse cenário, o glam rock surgiu na Inglaterra, e tendo menor impacto e difundido apenas em Nova York e Los Angeles, EUA. Foi marcado pelos trajes e performances com muitos cílios postiços, purpurinas, lantejoulas e paetês, saltos altos, batons e trajes elétricos. A música esbanjava glamour e energia sexual. A ênfase era a “revolução adolescente”, assim como um ampla notoriedade na direção de temas heterossexuais, sobre a decadência e a fama. Tem um som mais leve, ao contrário do Metal.

Os cantores de glam rock sempre vestem-se de forma andrógina, com grandes maquiagens, trajes extravagantes. Um grande exemplo foi David Bowie durante as fases Ziggy Stardust e Aladdin Sane. Outro exemplo não menos importante, Boy George, Abba (Pop Glam), Tokyo Hotel (atual), etc.DB

061311-fine-wine-boy-george-22Já no avanço do século XX, a androginia foi escolhida por nomes como de Annie Lennox. Usava cabelo curto e algumas vezes colorido, camisas e calças masculino. Em contrapartida, nos anos de 1980, com o aumento do poder do vestuário e o surgimento de marcas japonesas que rejeitaram os ideais de beleza, o mercado verá que a androginia se estabelece completamente como uma promessa da indústria da moda.

tumblr_lka1htIEtP1qhaitco1_500

Hoje encontramos nomes andróginos como o de Andrej Pejic, que deseja que o símbolo de uma geração em que as diferenças entre sexos masculinos e femininos não sejam o centro de discussão.Andrej

Ainda complemento que os ideias difundidos a partir da década de 1960 sobre identidade visual deve ser respeitada por ser símbolo de expressão pessoal. A moda deseja que cada pessoa tenha sua identidade.

Otávio Luis, 10 de fevereiro de 2013.

Os Rebeldes 50tistas

Claro que grandes atores foram responsáveis por difundir idéias e estilos, e especialmente dois ficaram muito importante por inserirem os símbolos de rebeldia que seriam muito importantes na década de 1960.

Ano 50

 

Marlon Brando, considerado um dos maiores atores dos EUA, foi ator em cinema e teatro. Ficou mas conhecido pelos seus papéis inesquecíveis no cinema. Durante a década de 1970, ele foi mais famoso por sua performance vencedora do Oscar de Melhor Ator com Vito Corleone em “The Godfather” (1972). Também considerado um dos atores mais influentes do século XX. Foi um ativista apoiando diversas causa como os direitos civis dos negros nos EUA e o movimento dos índios norte-americanos.

Em “Um bonde chamado desejo” (A Streetcar Named – imagem abaixo) interpretou Stanley que era um rude trabalhador de chão de fábrica que gostava de jogar cartas e boliche. Tornou-se símbolo sexual ao aparecer fotos do personagem sempre de camisetas que lhe realçava os músculos. Essa aparência foi considerado também símbolo de rebeldia.

Brando participou das filmagens do filme “Todo mundo em Pânico 2” como Pare McFelley, no entanto contraiu pneumonia que o impediu de participar do filme.

Stanley

 

Anos 50James Dean foi considerado um ícone cultural, com a melhor personificação de rebeldia e angústias próprias da década de 1950. Enquanto Brando era um astro, Dean ainda era uma promessa. Conheceu Brando nas filmagens de “Desireé’ e se decepcionou com o ator ao fazer comentários sobre suas vestimentas. Dean vestia calças jeans surradas e camisa de botão. Eram grandes as comparações entre os atores.

James Dean

Dean era conhecido como seu temperamento difícil, uma agitada vida social e ainda bebia e fumava e tinha um enorme fascínio por carros velozes e velocidade. Teve uma breve carreira que foi interrompida por um acidente fatal. James Dean morria em 30 de setembro de 1955. Sua consagração veio dias após sua morte com a estréia de “Juventude Transviada” (Imagem Abaixo). Esgotava ingressos com sua estréia.

 

 

Otávio Luis, 30 de janeiro de 2013

As Mulheres dos Anos 50

O cinema foi de grande importância para a moda. Atores e atrizes eram copiados pelo público que se apaixonavam pelo seu modo de ser e vestir. E assim surgiam as figuras dos estilistas que antes só ficavam dentro de estúdios e saem para os ateliês e fábricas para produzirem a vestimenta em massa, o que antes não acontecia, pois as roupas eram únicas e produzidas exclusivamente para as pessoas.

Chego então as grandes atrizes dos anos 50 que transmitiam personalidade e glamour e que foram tão adoradas pelo seu público.

images (1)

Marilyn Monroe – Loira – ingenuidade + sensualidade.

Ganhou fama ao estrelar o filme “O Pecado Mora ao Lado” com Tom Ewell, onde retrata um homem casado que fica sozinho em sua casa enquanto sua mulher viaja para visitar seus parentes. Tom se depara com uma figura linda e angelical e se apaixona de imediato, além de produzir fantasias constantes com Marilyn e de sua esposa o descobrindo. Tudo fruto de sua imaginação.

Nesse filme Marilyn demonstra essa figura ingenua e sexy, o que não fugia muito de sua realidade. Lendo uma biografia não autorizada do autor J. Randy Taraborrelli, descubro em “A Vida Secreta de Marilyn Monroe” uma mulher extraordinária que em meio a sua beleza estonteante existe uma paranóica que usava grandes quantidades de remédio para fugir de vozes que ouvia constantemente. Casou-se por diversas vezes e nunca encontrou a estabilidade em seus relacionamentos. Uma grande figura com uma história tão triste. Particularmente sou grande fã de Monroe.

Rita Hayworth e Ava Gardner – Morena – Inventaram o estilo Pin-Up

images

Os homens preferiam as loiras mais se casavam com as morenas. Rita Hayworth e Ava Gardner ficaram famosas na década de 1940, porém ditaram moda na década de 1950. Rita passou uma difícil mudança de dançarina de cabaré para atriz de cinema. Rita ganhou maior fama ao estrelar o filme “Gilda” no auge de sua beleza. No breve e marcante striptease onde apenas tira a luva ajudaram a alavancar as vendas de bilheteria. Casou-se 5 vezes e todos os seus casamentos acabaram em divórcio. Em campanha publicitária a seguinte frase era divulgada:

“Nunca houve uma mulher como Gilda!”

Logo Rita atribuía todos os seus insucessos no amor dizendo:

“”A maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo”.

Ava Gardner considerada uma das mais belas mulheres do cinema ficou conhecida por sua exuberante e fotogênica images (2)beleza . Foi descoberta pelo chefe da MGM, Louis B. Mayer, que por acaso viu as fotos de Ava numa vitrine e sentiu que a beleza extremamente sensual lhe renderia sucessos nas telas. Porém ela não sabia nada de representação e ainda tinha sotaque sulista que os estúdios detestavam. Mayer queria muito que Ava se tornasse uma estrela e chamou profissionais de alto nível para lhe dar aulas de interpretação e uma especialista em dicção para que tirasse seu sotaque.

Seu talento ficou ainda mais conhecido no filme “O Barco das Ilusões”. Durantes as filmagens de “E Agora Brilha o Sol”, Ava resolveu enfrentar um touro que a atacara o que lhe acarretou em uma cicatriz no rosto esquerda. Apesar de ter feito cirurgia plástica, ela escondia a cicatriz com maquiagem. Ficou traumatizada. Era boêmia, adorava a vida noturna e beber. Foi casada com Frank Sinatra e Judy Garland.

Audrey Hepburn e Grace Kelly – Naturalidade +  jovialidade + ingênua chique

audrey_hepburn_by_dtran29-d5ci640

Atrizes que estampavam a naturalidade e ingenuidade em seus jeitos de interpretarem. Foram importantes atrizes que consolidaram estilos e idéias. Audrey Hepburn ficou famosa ao estrelar “A Princesa e o Plebeu” que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz em 1954. Três dias após a cerimônia do Oscar, recebeu o Tony por sua atuação na peça Ondine sugestão de Mel Ferrer por quem se apaixonaria. Em setembro daquele mesmo ano ela se casaria. A filha de Audrey e Mel nasceria em 1960. Depois de um ano e meio de licença-maternidade, volta a Hollywood para estrelar Bonequinha de Luxo, papel que a transformou em um ícone e é lembrada até os dias de hoje. Em todos os seus filmes, ela demonstra a ingenuidade em seus papéis que acabam em um final lindo e de amor. “Cinderela em Paris” foi um importante filme que estrelado em 1959, mostra que a sociedade não vai mais seguir os gêneros de seus pais, mas que os jovens vão criar identidades como os Teddy Boys, os Hippies, e etc. Audrey ficou identificada com a marca Givenchy, a qual produziu muitos de seus looks em filmes e a Tiffany, loja de jóias.

images (3)

Grace Kelly uma das mais premiadas atrizes, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz em “Amar é Sofrer” , após se casar com o príncipe soberano de Mônaco tornou-se a mais linda das princesas, Princesa Grace de Mônaco. Grace após seu casamento com o príncipe, ficou impossibilitada de ser atriz, então dedicou seu tempo a trabalhos humanitários e foi uma filantropa em ajudar especialmente pessoas que desejavam seguir a carreira artística. Madrinha de várias organizações internacionais criadas por ela mesma, que ajudam crianças carentes.

Gosto bastante de comentar sobre essas grandes mulheres que revolucionaram o mundo. Além de terem sidos mulheres incrivelmente lindas. Em cada modo de ser, descobriam-se mulheres maravilhosas!

Otávio Luis, 30 de Janeiro de 2013

A Duquesa de Devonshire

Bom, fiquei muito indeciso em como abrir o blog que vai comentar sobre de tudo um pouco que envolve moda. Então porque não começar com uma grande expoente do século XVIII em Londres.

Thomas Gainsborough-Lady Georgiana

Lady Georgiana Spencer casou-se com William Cavendish, um dos mais ricos e respeitados aristocratas da Inglaterra, em 1774, tornando-se assim a Duquesa de Devonshire. Viveu no mundo do glamour, da riqueza e do poder já aos 17 anos, onde conquistou prestígio e reinou na alta sociedade. Georgiana pertencia a mesma família de Sarah Ferguson, Duquesa de York e Diana, princesa de Gales, e carregavam em comum o desejo de se casar por amor, o que não era de formalidade da sociedade, onde famílias ricas e respeitadas, arranjavam o casamento de seus filhos com outras famílias de mesmo respeito.

Ambas viveram um casamento infeliz com seus maridos infiéis, porém foram mulheres que viveram à frente de seu tempo e conhecidas pelo seu apego ao povo. Georgiana não se contentou apenas com a riqueza e o papel de anfitriã e mostrou-se influente e participativa na política onde conquistou multidões realizando obras de cunho social. Porém seu sucesso com o povo mascarava seu casamento infeliz, as bebedeiras, o uso de drogas, e seus casos amorosos.

Em fevereiro de 2012, a autora Amanda Foreman (biógrafa, Londres 1968) lança o livro “A Duquesa de Devonshire” (1998) baseada em sua tese de doutorado, que depois deu origem ao filme “A Duquesa” (2008) com Keira Knightley (imagem abaixo) e Ralph Fiennes. O filme deseja frisar a imagem de Georgiana como uma figura feminista importante para sua época, porém quando mergulha em sua vida amorosa vê-se a infelicidade e as lágrimas.

the-duchess-movie-stills-01 (2)

Georgiana quer apenas ser feliz, nem que seja nos braços de seu amante Charles Grey (Dominic Cooper) enquanto seu marido só deseja apenas um filho, apesar de se importar mais com seus cachorros do que a mulher e as filhas. Para alcançar isso, violenta a mulher ao menos uma vez. Num café da manhã, ela pede ao marido que faça um trato e tenha um amante. Ele nega! Porém a amante presente, Lady Elizabeth Foster, antiga amiga de Georgina, tenta argumentar que a duquesa só deseja ser feliz como eles dois. Isso em vão!

O filme frisa bastante como a Duquesa foi importante para as mulheres de seu tempo tornando-a uma heroína, a custo de muito sofrimento e infelicidade.

G0st0 de ler histórias como a da Duquesa de Devonshire que fugiram ao menos um pouco de seu glamour para se tornarem figuras expoentes, que com o passar do tempo devem ser comentadas como modelo a seguir. Talvez a história dela seja a de muitas mulheres de seu tempo em diante que desejaram ser felizes, mas foram impedidas pela conduta de sua sociedade. Que ela seja mais do que uma figura de beleza e glamour, seja uma mulher que com seus pesares tentou apenas ser feliz.

Otávio Luis, 29 de Janeiro de 2013.