Nina Pandolfo e suas meninas

Nina Pandolfo

Nina Pandolfo

Nina nasceu no interior de São Paulo e é a filha mais nova de um total de cinco garotas. Dessa época, traduz em seu trabalho as lembranças do quintal de sua casa e do convivío com as irmãs – o que ajuda a explicar a constância de figuras femininas em seus desenhos.

Com traços suaves e de personalidade, ela se consagrou como um dos nomes femininos mais fortes da arte contemporânea brasileira, mercado que está extremamente aquecido. Suas obras podem ser apreciadas tanto nas ruas do Cambuci quanto em galerias pelo mundo.

Discretamente, prefere não se declarar como grafiteira ou artista plástica, não busca rótulos nem nomenclaturas. Para o futuro, quer transpor seus desenhos em novas mídias, buscando sempre diferentes formas para expressar suas ideias – possíveis novos ambientes para suas meninas, gatos e vagalumes.

Sua última exposição, Serendipidade, ocupou, até 11 de outubro, a Galeria Leme no Butantã em São Paulo.

São meninas coloridas de olhos grandes e expressivos, às vezes cercadas de bichos, flores e arvóres.
Agora, as meninas de Nina, estão cada vez mais estilizadas, e evocam, por vezes, o surrealismo pop do norte-americano Mark Ryden, famoso por pintar garotas em cenários ao mesmo tempo fofos e perturbadores.

Em partes, também inspirada pelo trabalho do escultor australiano Ron Mueck, famoso por brincar com a escala em suas obras hiperrealistas, Nina criou suas próprias obras gigantes como um ninho de joão-de-barro onde o visitante podia entrar e encontrar surpresas. Também uma caixa de música de DJs e um gato de pelúcia de três metros de comprimento que ronronava ao receber carinho.

A idéia era transmitir a tridimensionalidade que Nina tem em mente durante a criação.

“Eu penso nos meus desenhos em 3D, em movimento, no cheiro que eles têm”.

Serendipidade, nome da mostra, tem origem num conto persa cujos protagonistas “davam em coisas sem ter procurado por elas”, segundo o dicionário “Houaiss”.

“Essa palavra tem a ver com meu trabalho e meu momento de vida. Várias das obras expostas foram criadas ao acaso”, diz Nina.

Abaixo uma breve galeria das fotos da exposição.

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Otávio Luis, 20 de outubro de 2013.